Quem sou eu

Estou a frente do Círculo de Brigantia, um espaço sagrado dedicado ao estudo e aos cultos mágicos que começaram há muito tempo atrás. Desde 1993 dedico uma boa parte do meu tempo ao estudo de civilizações antigas, suas mitologias, cultos e magias - mas a minha paixão ficou com os Celtas! Em 2006 o sonho de um espaço sagrado se torna realidade. E com ele, muitos amigos e alunos que continuam suas jornadas através da Bruxaria Moderna e sempre aparecem para rever e fazer novas amizades.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Entrevista para a Tradição "Serpente de Prata"

Entrevista --- Claudio Ramos

Festival de Lillith: mais um evento que se consolida no calendário pagão carioca
¬ Claudio Ramos, organizador do festival, conversa conosco em entrevista e avisa: o próximo festival já está confirmado!


No dia 21 de maio ocorreu o Festival de Lillith, mais um evento pagão de sucesso no Rio de Janeiro. Dando continuidade a série de festivais - o primeiro foi dedicado à Brighid - e contando com uma feira pagã bem variada, um público receptivo e participativo e palestras com temas muito interessantes, o Festival de Lillith é mais um evento que se consolida no calendário pagão carioca. Nós da Tradição Serpente de Prata participamos deste encontro através de nossa Alta Sacerdotisa, Hazel Von Morrighan, que palestrou o tema "Magia Sexual", desmistificando o tema-tabu e mostrando aos participantes como trabalhar essa energia tão poderosa e eficaz.

Em entrevista, conversamos com Claudio Ramos, responsável pelo Círculo de Brigantia e organizador do festival. Além de outros detalhes, ele nos conta como foi iniciar esta caminhada, como tendo sido a acolhida do público carioca e avisa: o próximo festival já está confirmado para Agosto e será dedicado a Lugh. Confira o bate-papo:

1) O primeiro festival organizado pelo Círculo de Brigantia (o Festival de Brighid), foi muito bem sucedido. Como foi dar o primeiro passo pra renovação do cenario pagão carioca?

Confesso que deu um "friozinho" na barriga, pois não sabia como seria a receptividade das pessoas. Porém, já estava mais do que na hora de trilhar nossos próprios caminhos e fazer alguma coisa produtiva no Rio. O paganismo aqui tem um cenário caótico e precisamos nos unir e respeitar as diferenças que existem. Participar dos eventos que acontecem em São Paulo me fez ver que existe uma comunidade sedenta por conhecimento e muito interessada em compartilhar, ensinar e aprender. Então, resolvi respirar fundo e arriscar.

2) Como é feita a escolha da deidade homenageada? O festival todo é relacionado a esta escolha?

Para o primeiro festival, Brighid foi escolhida por ser a deídade mais cultuada em meu coven - aliás, o Círculo de Brigantia é dedicado a ela, pois Brigantia é uma das faces de Brighid. Logo, não tive muito no que pensar e foi fácil escolher. A idéia inicial era ter um festival no primeiro semestre e um outro no segundo semestre, mas as pessoas começaram a dizer que estavam com saudades na semana seguinte ao Festival de Brighid... E aí, quando eu tomava banho, me veio a idéia de um festival para Lilllith. A escolha é feita através de uma possível afinidade minha com a divindade e a época do ano em que estamos; daí começo a pensar no altar principal, na decoração, nos palestrantes... Estes últimos, inclusive, não necessariamente têm que falar sobre o tema ou a divindade escolhida, mas acaba ficando tudo relacionado.

3) Assim como o "Festival de Brighid", o de "Lillith" recebeu um ótimo público de variadas idades e interesses. Como tem sido receber o apoio da comunidade pagã carioca?

Isso me surpreendeu muito, pois não imaginava que pessoas de todas as idades estariam presentes. Achei que uma determinada faixa etária seria mais aberta ao festival, mas não foi isso que aconteceu: nos festivais tivemos crianças que acompanhavam seus pais, adolescentes, jovens e pessoas de todas as idades. O apoio tem sido ótimo, pois quando posto fotos e videos as pessoas repassam, convindam seus amigos e deixam mensagens. Ou seja, a movimentação começou. E era isso que precisávamos.

4) Para os palestrantes, o retorno do público também tem sido fantástico, demonstrando o interesse do público carioca pagão. Isso incentivou a participação de mais palestrantes? Como é dada a escolha das palestras?

Foi uma bela surpresa para todos nós. O público tem sido bastante acolhedor e participativo, o que tem motivado os palestrantes. Essa atitude mostra claramente que estávamos precisando de encontros mais regulares que nos misturassem, sem os rótulos de 'coven de determinado sacerdote ou sacerdotisa"... Passamos a ser pagãos no meio de pagãos, respeitando cada tradição, cada grupo, seus membros e sacerdotes, suas escolhas e caminhos. Tenho que confessar que os palestrantes são, em sua esmagadora maioria, pessoas cujo trabalho eu conheço: no festival de Brighid todos eram meus conhecidos e compraram a minha idéia; no Festival de Lillith eu tive que colocar algumas pessoas não conhecidas minhas, mas que eu já tinha ouvido falar. Com certeza, o número de palestrantes é maior do que a disponibilidade de horários, mas tento variar e manter a qualidade. Procuro também escutar as pessoas após o festival para saber o que elas mais gostaram, o que elas gostariam de ver no próximo ... isso me dá uma idéia de como escolher os palestrantes.


5) A feirã pagã também marca presença desde o início. Foi difícil achar artesãos para expor?

Por incrível que pareça, não foi difícil achar os artesãos. Aliás, assim como os palestrantes, eles compraram a minha idéia de cara e se mostraram bem receptivos.

6) O Círculo de Brigantia, além dos eventos, também dá cursos de variados temas ligados ao paganismo em seu espaço na Tijuca. Vocês pretendem aumentar a oferta de cursos e/ou a quantidade de turmas?

O Círculo de Brigantia nasceu de uma necessidade minha de ter um local em que eu pudesse dar aulas de assuntos ligados ao paganismo e ao mesmo tempo fosse um templo... Uma espécie de "Hogwards" (risos)... E como todos que me conhecem sabem bem, eu não consigo ficar parado por muito tempo, logo começo a querer fazer coisas novas. Então, com certeza estarei abrindo turmas novas para cursos novos. Em junho, por exemplo, quero começar uma nova turma do curso de "Dragões".

7) Já foi marcado o próximo festival, que será em homenagem Lugh. Quais serão as novidades para este evento?

O Festival de Lugh acontecerá em agosto, provavelmente no dia 13, com palestras, atividades, danças e a feira de artesanato pagão. Neste festival quero dar uma idéia mais medieval, com mais atividades e onde o público possa interagir mais. Outra novidade é o número de palestras que aumentará, dando mais chance de outras pessoas do meio pagão de compartilhar seus conhecimentos.

8) Qual o conselho que você dá para os pagãos do Rio de Janeiro que tem projetos semelhantes ao seu e que pretendem levá-los adiante?

O Rio precisa de pessoas sérias e compromissadas, ou seja, pessoas que estejam interessadas na divulgação de um paganismo idôneo, verdadeiro e sincero. Precisamos nos encontrar mais, compartilhar nossas experiências, ter consciência de nossos papéis diante dos deuses e das pessoas que nos procuram. Precisamos fortalecer nossas tribos para que elas possam ser respeitadas pelos não-pagãos, mas acima de tudo, precisamos nos respeitar mais e aceitar nossos diferentes cultos e diversidade. Acho que qualquer um que tenha um propósito veradeiro e um caminho sério deva colocar a sua cara pra fora e arriscar. O Rio precisa de seriedade e ousadia.

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